Faculdade de Medicina

 

 



       Foram decisivos para a criação da Faculdade de Medicina de Rio Grande a Associação de Caridade Santa Casa de Misericórdia (ACSCRG), a Sociedade de Medicina de Rio Grande e a Fundação Cidade do Rio Grande, além das quatro faculdades que constituíram o núcleo originário da Universidade, do anseio da classe médica local e do expressivo interesse de toda a comunidade rio-grandina. Quando do surgimento da Faculdade de Medicina, existiam na cidade do Rio Grande outras duas importantes entidades na área da Saúde: o Sindicato dos Médicos do Rio Grande, fundado em 19 de setembro de 1934, e a Sociedade Portuguesa de Beneficência, fundada em 3 de Julho de 1859. Por outro lado, o Brasil passava por uma etapa marcada pela criação de 44 escolas médicas entre os anos 1961 e 1975.

 Em 11 de Março de 1966, foi autorizado o funcionamento da Faculdade de Medicina pelo Conselho Federal de Educação (conforme parecer nº 170, doc. 04). No mesmo ano, com o esforço de toda a comunidade rio-grandina para a aquisição de livros e periódicos, instalou-se a Biblioteca da Saúde, localizada nos fundos do prédio da ACSCRG, a qual passou a fazer parte da Universidade quando a Faculdade de Medicina foi incorporada. Também nesse ano, a Fundação Cidade do Rio Grande, mantenedora da Faculdade de Medicina, assinou convênios para o funcionamento do Curso de Medicina com as seguintes entidades rio-grandinas: Sociedade de Medicina, Casa da Criança Dr. Augusto Duprat, Sociedade Portuguesa de Beneficência, Associação Espírita do Hospital "Dr. Guahyba Rache"; Ipiranga Atlético Clube (Dpartamento Esportivo da Ipiranga S.A.); Laboratório Cuello Lopes e Clube de Regatas Rio Grande.

A Fundação Cidade do Rio Grande, que criou a Escola de Engenharia Industrial e a Faculdade de Medicina, nomeou uma comissão composta de seis membros: Profª Alair Brandão Almeida, Eng. Ivo Pereira Braga, Dr. Jorge da Cunha Amaral, Dr. João Luiz Toralles Leite, Sr. Ênio Duarte Fernandes e Dr. Flávio Figueiredo, para estudar e efetivar a criação de uma universidade na cidade do Rio Grande. Os trabalhos dessa comissão não se fizeram tardar, e hoje a cidade inteira sente como ganhou vulto esse movimento. É de salientar a colaboração dada pela imprensa falada e escrita e pela Lúdio Publicidade, que deram ampla cobertura ao movimento."

 

Texto retirado do livro "Fundação Universidade Federal do Rio Grande: 35 anos a serviço da comunidade", pág. 117, 120 e 121.

Faculdade de Filosofia

 


       A gênese das práticas educacionais em torno das diversas áreas ligadas às Ciências Humanas está vinculada à Faculdade Católica de Filosofia de Rio Grande, um dos embriões dos quais se originaria a Fundação Universidade Federal do Rio Grande. A proposta de criação desta instituição estava profundamente concatenada com o contexto histórico da época - 1960-, quando era grande a agitação política brasileira sobretudo tendo em vista as práticas populistas então predominantes, assim como estaria vislumbrando diversos interesses da comunidade rio-grandina. Neste sentido, a ideia desta Faculdade partira da Mitra Diocesana de Pelotas, através da Universidade Católica da mesma cidade. O bispo de Pelotas, D. Antônio Zattera, expressava os propósitos da formação deste novo centro educacional, considerando "as grandes vantagens provenientes de uma Escola Superior para a formação de líderes que guiem e orientem as massas populares", bem como "as condições de cultura, população e situação especial da cidade do Rio Grande, como centro industrial e importante porto marítimo", e assim se estaria "atendendo a insistentes pedidos da mocidade e de intelectuais", feitos de forma verbal e "por escrito, com centenas de assinaturas das pessoas mais representativas da cidade".

 

Texto retirado do livro "Fundação Universidade Federal do Rio Grande: 35 anos a serviço da comunidade", pág. 71.

Ciências Políticas e Econômicas 

 


        Embora transcorridos mais de três anos entre a sanção da lei municipal e o ato de instalação da Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas, que se deu em 26 de Agosto de 1958, em sessão solene no salão de festas da Escola de Belas Artes, o então prefeito municipal, Álvaro Ribeiro Pereira, sintetizou muito bem o espírito da ápoca, ao destacar em seu discurso:

"A iniciativa do Governo do Municipio de adotar a cidade de Rio Grande, porto marítimo do Estado, de uma faculdade, que abrisse as portas da formação no setor das ciências políticas e econômicas à juventude local, ansiosa por atingir esse grau de ensino superior, tão necessário, útil e oportuno para a sua aplicação no progresso e engrandecimento de uma cidade."

Durante o ato de instalação da Faculdade, o prefeito, em cumprimento ao disposto no Decreto Municipal nº 1803, de 11 de Agosto de 1958, deu posse ao seu primeiro diretor, Econ. Roberto Coimbra Edom, assim como aos primeiros professores: Hélio Benjamin Vieira, Miguel Glaser Ramos, José Carvalho Freire, Emídio Araújo, Odenath Pareira Ferreira, Mário Schröeder Rodrigues, Fuad Abdalla Nader, Roberto Coimbra Edom, Carlos Horst, Fernando Eduardo Freire, Francisco Bianchini, Carlos Noll, Odilon Gomes de Oliveira e Jorge Luiz Susini.

 

Texto retirado do livro "Fundação Universidade Federal do Rio Grande: 35 anos a serviço da comunidade", pág. 48 e 49.

Faculdade de Direito "Clóvis Bervilágua"

 


        Como havia aspiração em favor de outros cursos, a mobilização comunitária acabou voltando-se para a criação do curso de Direito, também integrante do domínio disciplinar das Ciências Sociais Aplicadas. Nesse caso, uma outra instituição, a Igreja Católica, representada pela Mitra Diocesana de Pelotas, é que foi caudatária dos anseios comunitários, o que está explícito no Decreto Episcopal subscrito pelo bispo Dom Antônio Zattera:

"Considerando as grandes cantagens provenientes de uma Escola Superior para a formação de líderes, que guiem e orientem as massas populares;

Considerando as condições de cultura, população e situação especial da cidade do Rio Grande, como centro industrial e importante porto marítimo, e atendendo a insistentes pedidos da mocidade e de intelectuais, mormente de cultores das ciências jurídicas;

Usando das atriuições da nossa missão de Bispo da Igreja, DECRETAMOS pelo presente a (criação da) FACULDADE DE DIREITO DE RIO GRANDE."

 

Texto retirado do livro "Fundação Universidade Federal do Rio Grande: 35 anos a serviço da comunidade", pág. 49.

Escola de Engenharia Industrial

 


         A aula inaugural foi realizada em 5 de Março de 1956 e proferida pelo professor e engenheiro Luiz Leseigneur de Faria, com a presença do reitor Eliseu Paglioli, "reforçando laços, que todos consideravam absolutamente necessários, com a faculdade de Porto Alegre e a Universidade do Rio Grande do Sul". Na solenidade da "primeira aula inaugural" manifestaram-se diversas autoridades, entre elas o "Sr. Didio de Campos Duhá, que, falando em nome da Câmara do Comércio da cidade do Rio Grande, diz da satisfação que representa o funcionamento da Escola de Engenharia Industrial e comunica que aquela tradicional entidade conferirá ao aluno da nova Escola que mais se destacar no curso, uma medalha intitulada Barão de Mauá". Com a palavra o Sr. Presidente da Câmara de Veeadores, Dr. Raymundo Demócrito da Silva, "do contentamento dos rio-grandinos em ver concretizado este velho anseio, qual seja a criação de uma Escola de Ensino Superior".

 

Texto retirado do livro "Fundação Universidade Federal do Rio Grande: 35 anos a serviço da comunidade", pág. 22 e 23.